quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ALGUNS PESSIMISTAS PROFETIZAM O FIM DA TELEVISÃO E UM FIM, MAIS RÁPIDO AINDA, PARA A TELEVISÃO COMUNITÁRIA PÚBLICA.

Isso não chega a ser bobagem, mas é improvável. O homem tornou-se um animal audiovisual de conhecimento. 

A televisão ainda é o mais prestigiado instrumento de comunicação no plano do lazer e da informação. É ainda o mais eficiente transmissor de conhecimentos e serviços. Nenhum desejo contemporâneo passa ao largo de uma tela de televisão. 

Através da cabeça, em menor proporção, e diretamente dirigindo-se às entranhas do ser humano, sem passar pela inteligência, a televisão forma e deforma o ser humano, em sua dimensão política, religiosa, profissional e artística. 

O homem é tocado em toda a sua dimensão humana pela programação das televisões. 

A televisão, mesmo a pública, não chega a ser uma arte, como o cinema. De fato, não produziu nenhum John Ford e nenhum Orson Welles. Mas é um espaço luminoso, criativo, doméstico como a mesa da sala de jantar, tão capaz de inserir o homem no mundo, como de aliená-lo de seus significados. 

Por isso mesmo a TV Comunitária Pública é indispensável. 


JORGE CUNHA LIMA é escritor, poeta e jornalista. Ex-secretário da Cultura do Estado de São Paulo, ex-presidente da TV Gazeta e da TV Cultura, vice-presidente do Conselho da Fundação Padre Anchieta, vice-presidente do Itaú Cultural e membro do Conselho da Aliança Francesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário